Nos últimos dias, muito se tem falado sobre a fosfoetanolamina, uma substância que estaria sendo estudada pela USP, e que estaria promovendo resultados quase milagrosos na luta contra o câncer. No entanto, a universidade estaria sendo proibida de distribuir a tal substância, o que motivou uma campanha nas redes sociais, pedindo sua liberação.
No entanto, a própria universidade, há alguns dias, lançou um comunicado onde esclarece a questão. De acordo com a universidade, a substância é produzida comercialmente, para outros fins, e ainda está na fase de testes pré-clínicos, ou seja, os testes oficiais, com resultados analisados de forma científica, até agora só foram realizados em culturas de células e animais, ou seja, não existem resultados oficiais sobre a eficácia da droga na cura do câncer em humanos, nem sobre possíveis efeitos colaterais!!!
Mas, afinal, o que é a fosfoetanolamina????
Na verdade, essa substância é produzida de forma natural pela membrana celular, e foi isolada pela primeira vez em 1936, por Outhouse, em tumores bovinos (OUTHOUSE, 1936). Ela também já foi encontrada em intestino de ratos e tecido cerebral bovino. Vários trabalhos já foram realizados, tentando entender qual a função biológica dessa substância, e ela atualmente é produzida em laboratório.
Muitos estudos vem sendo realizados, já foram sim encontrados bons resultados com relação ao efeito da fosfo em tumores, principalmente melanomas, mas ainda são os chamados testes pré-clínicos, ou seja, foram realizados em animais, não foram realizados restes em humanos. Basta buscar no Google Acadêmico traz várias pesquisas, em português são são muitas, mas em inglês, ao buscar o termo Aminoethyl phosphoric, surgem diversas.
É claro que pode sim trazer bons resultados, é uma esperança, mas antes de sair fazendo abaixo assinados e campanhas pedindo a distribuição da substância, convêm esperar que mais testes sejam feitos, mesmo porque não se sabe quais efeitos colaterais essa substância pode causar.
E para quem acha que esses testes são besteira, que deveria se liberar a substância, mesmo sem conhecer seus efeitos colaterais, de uma pesquisada no termo TALIDOMIDA, e depois conversamos, ok?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
OUTHOUSE,
E. L. Amino-ethyl phosphoric ester from tumours. Biochemical Journal, 30(2),
197. 1936.
Comentários
Postar um comentário